sábado, setembro 01, 2007

Bar carcavelos

Janeiro. Uma gaivota rasa o mar plúmbeo e levanta com as patas a onda que se genuflecte atrás dela. Outras gaivotas, invisíveis, levantam mais ondas, grandes, lentas, solenes, que acabam por explodir em novelos de espuma branca. Outras gaivotas ainda, voam mais acima, olhando para baixo e esperando a sua vez. À nossa frente, a bandeira soprada pela brisa. Ao longe, o forte com outras bandeiras, todas combinadas em danças síncronas a celebrar o pôr-do-sol. O som do jazz vem do interior do bar e aquece a esplanada cheia de conversas, cruzadas com leituras e contemplações. Os cães, ecologistas, no parque à beira-mar. No rio, um pequeno rectângulo sobre a água, ao longe, é o grande cargueiro. A tosta de queijo, tomate e orégãos. E os olhares invejosos de quem espera um lugar sentado no terraço, neste sábado de Inverno.